21 dezembro 2011

Um NotaDoll

Reconhecem aquelas pessoas que vos acariciam a face? Aquele bonito gesto que provocaria no espetador feminino expressões “ooooh, que queridoooo!”. Pois, eu chego a odiar esses queridos! Delicadeza perfeita para bonequinhas. Eu não sou uma boneca! Gostava de vos desenganar nesse aspeto. Nem sempre que vos faço rir estou a ver arco-íris; Nem sempre que não choro indica que uma lágrima não suplica por ser solta; Nem sempre que não peço ajuda significa que não a precise; Nem sempre que digo «não faz mal» exclui que me magoaram; Nem sempre que sorrio ao vos ver sem adivinhar o vosso entusiasmo no reencontro quer dizer que não me aborreça a vossa indiferença…Eu sou expressiva, acreditem-me! Se eu tento acreditar que o mundo pode-nos sorrir se lhe sorrirmos por que não podem vocês ter um pouco de fé?

Por vezes canso-me de que se espere sempre dos outros a alegria contagiante…acreditem-me ninguém gosta de ser tomada por adquirida! Have a little faith in me...give me your honest and passionate smile!

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04 agosto 2011

Eu sei

Há coisas que simplesmente sabemos: intuição, compreensão e confiança com um misto de esperança kármica. Um engano, diriam, mas um equívoco feliz!


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01 junho 2011

A criança nos três tempos

Hoje é o dia mundial da criança e a minha infância está presente através de memórias. Eu e a minha irmã nunca fomos crianças iguais às outras, se me-é permitido dizer. As nossas bonecas podem-se contar pelos dedos das mãos somando-lhe os legos e os carrinhos. Enganem-se os que pensam que foi um processo de crescimento triste. Nada disso! Tivemos a alegria da música. Nunca me esquecerei das viagens de carro em que se cantarolava toda e mais alguma canção; dos concursos musicais que se faziam nas reuniões familiares; da nossa banda, à qual anos depois a minha prima aderiu, e do fluxo criativo de cada verso inventado. Um percurso diário de melodias cantadas. Desde então a música é indispensável.
Tal como os aromas ou paladares nos avivam momentos transactos, os sons trazem lembranças de etapas da minha vida. É surpreendente como algumas músicas conseguem personificar tão bem alguns sentimentos, sensações resumindo até ligações afectivas. Hoje é o dia da criança e esta que aqui escreve cresceu. Hoje, por acaso, voltei a ouvir o álbum It's not me, it's you da Lily Allen e algumas faixas encaixaram perfeitamente nesse meu percurso. Porque a distância parece cada vez maior em relação ao que já foi expoente na presença, decidi dedicar estas analogias musicais aos homens da minha vida. Porque, acrescento ainda, uma criança vive de sonhos também te faço presente no futuro sem risco de exímia predição.

Ao meu primeiro...pelas lições necessárias ao crescimento de uma alma ingénua mas que nunca parou de surpreender o mestre, talvez, por isso exista ainda uma amizade que nunca desvanece:



Ao meu primeiro amor vivido...porque tinha 22 anos quanto a separação me fez ver que posso ser uma borboleta mesmo que, na altura, ainda apaixonada por ti:



Ao meu segundo relacionamento...pelo teu carácter irrepreensível e pela nobreza de uma paixão tua sem sintonia com uma alma a aprender a ser livre:



A ti..., acima de tudo, pela amizade natural que cresceu num compasso exacto e porque, mesmo que eu não queira, já não me sinto só - ao pé de ti sou uma criança feliz:

:p
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01 abril 2011

Carta ao Cosmos

Querido Cosmos,


Venho por este meio pedir-lhe que permita ao doce desconhecido voltar a cruzar o meu caminho. Não suponha que é com puro egoísmo que peço tal intervenção. Quero apenas contribuir para uma maior eficiência de todos aqueles que colaboram consigo. Como sou mera mortal por vezes fico iludida com características superficiais. Creio que concebe a real identidade do mundo actual: é a imagem que governa. Desta matéria poderia-se escrever um longo texto sobre as novas formas de relacionamento relevando a virtualidade e ainda vaguear pela mediatização. Não quero perder-me em tal desvaneio! É certo, apenas, concluir que um ícone vale mais do que palavras.


Retornando ao assunto que me trouxe à sua morada, vou requerer com uma súplica egoísta que envie o Cupido de novo ao meu encontro. Ah! Pois claro, ele que traga o livre de reclamações! Pretendo, sem dúvida, dialogar, numa primeira instância, com esse desconhecido fazendo-o ver que as suas capacidades de incutir atracção não funcionaram comigo. Creio ser uma jovem de perfeita saúde descrita como a rapariga da porta ao lado mas com génio de borboleta logo, não julgo ser eu a causa de tal missão falhada. Supondo que possuo certas deficiências em aptidão social ou de qualquer outra natureza, continua a ser o senhor cupido o responsável pela eficácia do seu serviço! Ora um exímio atirador não pode ter só fama tem de ter já provas dadas: ou acerta o alvo ou erra ; ou sabe acertar ou alguma coisa está errada. Não quero contudo, duvidar da eficácia do serviço do querido estranho. Apenas julgo que talvez não utilize da melhor forma os seus recursos. Numa economia em crise, como a nossa, esta tarefa é determinante. Refiro com veemência que a mão-de-obra empregue foi com certeza um recurso bem utilizado. Talvez eu é que não tenha sabido explorar bem. Num pequeno à parte, se me é permitido: o senhor cupido é bem interessante. Não se zangue com o meu argumento como já lhe disse aqui na terra o mortal tem muita tendência a sucumbir a estes fúteis atributos. O senhor misterioso certamente entenderá. Se bem compreendi pelas aulas de história de arte ele é versado na arte do amor vindo de uma linhagem de exímios sedutores. Creio até que lhe dão o título de deus. Pois bem, não acha excelentíssimo Cosmos que tendo ele um curriculo tão expressivo eu deva reclamar pela tão fraca execução da tarefa?


Como sou uma rapariga prática antecedo algumas ilações passíveis de se fazer. Nego ser mais resistente ao contágio do elixir do Cupido. Até porque se lhe questionar verá que este não se mostrou rogado em cumprir da maneira mais convicente a sua tarefa. Adivinho que por necessidade de levantar as menores supeitas o doce estranho não ande por aí de arco em riste e assim opte por transportar o seu poder fatal, literalmente, em suas mãos. Isso explica o porquê de ser atingida pelo toque do Cupido no ombro. Com todo o devido respeito, digníssimo Cosmos, não se pode alegar para defesa do doce estranho que essa parte do corpo humano está habituada a receber todo o tipo de antídotos e por tal o contagio pode ser dificuldado. Queira entender que esse facto continua a atribuir a responsabilidade ao menino cupido. Por favor, não lhe permita safar-se com uma mentira piedosa ao referir que o “veneno” só vai fazer efeito daqui a algum tempo. Hoje em dia, com a DECO, o consumidor está mais esclarecido para estas artimanhas. Como sabe aqui pelo mundo ocidental estamos habituados ao imediato. Culpe a globalização. Olhe, culpe as redes sociais! Não me pode informar se por acaso o doce estranho tem facebook? Deduzo que seja adepto das novas tecnologias da comunicação na medida em que, na última vez que o vi, o seu melhor amigo era o portátil e a necessidade premente era a internet gratuita. Neste seguimento, já pensei em efectuar um busca mas teria de reduzir as opções com algumas características determinantes dele que não possuo. Não me parece que procurar exactamento por Cupido vá resultar pois como bem entendi ele realizou um árduo trabalho de disfarce para circular por entre os mortais que duvido que tenha deixado este grande pormenor passar ao lado. Vendo bem, prefiro um tête-à-tête com aquela entidade.


Não se pode também alegar que graças a um factor externo me tornei mais resistente ao vírus. A culpa continua a ser do Cupido. Responda-me sinceramente se acha que posso ser responsabilizada pelo Cupido ser um doce estranho de tal forma que o feitiço não reultou exactamento como ele previra? Chama-se plano de gestão de crises! Se me permitir conversar com o ilustre estranho posso, em nome de uma maior eficiência, explicar em que consiste tal estratégia de gestão. Não posso deixar de me sentir virtualmente magoada pela possiblidade deste facto constituir uma alegação de defesa do Cupido! Entre tantos disfarces teria de se assemelhar ao tipo de jovem pelo qual haveria uma maior probabilidade de instintivamente me sentir de certo modo mais atraída por? Aqui está uma pequena crise que, como tive a oportunidade de concluir, o senhor incógnita não geriu de imediato.


Depois desta tentativa de expor a questão tentando evitar muitos mais pormenores técnicos, volto a referir-lhe, amabilíssimo Cosmos, a importância de um novo encontro acidentado com o misterioso do outro dia. Preciso fazer-lhe algumas observações. Espero também obter algumas respostas por tal se tiver a gentileza reencaminhe este pedido e alerte-o para a real extensão destes meus apontamentos. Acrescento que não prevejo ter de exigir o livro de reclamações visto que o diálogo é a solução para esta questão. Se tantos outros mortais optassem por esta via creio que alguns subditos seus teriam férias. Atenda-me este pedido pois, com o devido respeito, não tenho muito tempo para ficar ao sol perto de um café com internet gratuita.
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01 janeiro 2011

Due mile e 10 mais 1


Decidi quase a contra gosto fazer a dita avaliação do ano transacto. Torço ainda os dedos para que o resultado seja filosófico apesar da minha assumida falta de inspiração. Então, por quê? Sim, por quê obrigar-me a realizar tal análise? Preciso rever, repensar, reassumir o rumo destes meus anos.

Parece ser difícil começar, por tal escolho uma banda que descobri por acaso em 2010. The Saturdays. Não há aparente standard para a opção. Apetece-me. O ano de 2010 obedeceu um pouco a esta lógica do agora não me apetece, faço depois. O resultado? Prazos apertados mas trabalho com qualidade. Falo do fim do meu estágio que aconteceu em Janeiro. Uma etapa concluída com algumas dores de cabeça. É sempre difícil enfrentar um pseudo-mercado de trabalho. Nada é como nos ensinam; tem de se ter a pro-actividade, criatividade e a força para contornar obstáculos. Deixa-se de lado o vácuo da universidade e se nos apresenta o mundo e as variáveis indeterminadas. A tese! Sim, essa também foi sendo feita ao sabor do vento. Não se cansaram de me apresentar razões para cumprir o calendário folgado. Que dizer? Prefiro o rés-vés. O resultado é fruto de um contorno destemido dos obstáculos do estágio, a par com um bom trabalho de investigação teórica e boa capacidade de escrita. Não fiz eu esta avaliação mas sim o arguente da minha defesa de tese. Sou mestre! Aí está uma etapa, para 2010, concluída a 20 de Dezembro. Os nervos lá rondaram todo este processo. A insegurança pareceu persistir até à última gota de suor derramado por este mestrado em Ciências da Comunicação.

Estudos, check! Não fosse eu escrever um texto sem referir signos, aqui me aventuro eu. Como Balança o sociável não pode ser secundarizado. Sim, foram vocês, meus doces amigos, um dos agentes mais influentes neste ano. Que questionem a minha suposta impermeabilidade, à vontade. Apetece-me responder-vos “fu** u”. Ao menos eu não tenho medo de perder a suposta independência ao admitir que não sou como os burros, mudo de ideias, e por que não ouvir as opções que os teus amigos te propõem?! Não tenho nada a admitir. Sou assim. Cada ano que passa conheço-me um bocadinho mais. Perco, a cada passo, a timidez de assumir o que penso. Continuo a ser a rapariga aérea que sonha acordada com um pé assente na terra e diz praticamente tudo o que vê e pensa. A conversa pode afigurar-se num diário de “babozeiras” atiradas para o ar. Quem não se divertiu a ouvir as minhas teorias absurdas? Frágil? Sim, sou frágil. Choro várias vezes ao ano quando não vejo solução para as questões. Rasgo muita ingenuidade e mascaro despreocupação mas não esqueço. Aprendo a nunca mais ser, não mais vezes, a ignorar e seguir em frente. Não esqueço até que tropeço no mesmo mas já não caio. Como poderia eu estatelar-me no chão com cabalona como a minha?! Impossível não sorrir ao saber que, involuntariamente, as pessoas sentem necessidade de me proteger. Não, não quero! Quero ser forte! Preciso? Sem a minha cabalona não sei ser! Merci! Sei que sem a tua cabalita quem terias para abrir as asas da protecção? Quem terias para chamar a atenção quando pões música e eu estou refastelada no sofá! Fazes-me sentir a maninha mai nova.

Lolita? Talvez para alguns! Esbarro-me muitas vezes no espelho ao não ver a beleza que alguns me atribuem. Agora estou bem sendo apenas eu. A beleza da porta ao lado, que todas têm e devia ser perfeita para cada uma de nós. Há dias em que nada parece dar certo e nessas horas obrigo-me a libertar toda a tensão e olhar para dentro de mim numa busca sôfrega pela força. Ela surge a custo. No dia seguinte estou a erguer-me! Sozinha não! Com fé no que não vejo e no que sei que está.

E 2010? Há algo que me arrependo? Creio que não. Todas as opções que tomei estão a ajudar a construir o que sou. Se preferia não te ter magoado? Claro. Nem eu sabia o que queria mas a dois não ia descobrir. Tomei, tomámos a decisão certa. Cada um segue a estrada correcta, pelo menos agora parece. Quanto à dor que me confundiu, é um nada. Tudo o vento levou. Sabem aquelas memórias que são activadas ou por um sabor, um cheiro, uma música e ou um mísero som? Não esqueci essas lembranças antes dolorosas. Quem pode culpar alguém por se sentir ignorada, descartável e até certo ponto traída? Toda a história tem pelo menos dois pontos de vista. Este é o meu. Perdi o receio de assumir o que foi e o que é - resíduo de uma outra existência. Gato escaldado…qualquer coisa. Pois sim, romântica incurável, talvez seja esta a minha patologia fatal. Lá vou eu desarmada e pronta a cair. Quase. Tropecei uma vez. Nunca mais. Até a vez seguinte.

Sequência. Depois de 2010 vem o 2011. A transição não podia ser a melhor! Amigos, champanhe e muita alegria. A capicua trouxe muita música, dança e mais amigos! Por estranho que pareça não há registo fotográfico. Perdoem a mente que procura desvendar mistério e atribuir significados a tudo que é. Talvez signifique que chegou a hora de deixarmos de viver agarrados às lembranças e de pegarmos no volante da vida: é nossa e é para vivê-la ao máximo. Esta é a minha interpretação. Cada um vê aquilo que quer ver. Eu quero um novo rumo, uma etapa desafiante e risonha, quero ser e estar!

2011 já aqui está! Vamos abanar os standards, fazer mais e melhor, sorrir e fazer rir, ultrapassar as dificuldades e seguir em frente, amar e ser respeitados, apaixonar e ser felizes!
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22 agosto 2010

Across the Universe (The Beatles)

Words are flying out like
endless rain into a paper cup
They slither while they pass
They slip away across the universe
Pools of sorrow waves of joy
are drifting thorough my open mind
Possessing and caressing me

CHORUS:
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Images of broken light which
dance before me like a million eyes
That call me on and on across the universe
Thoughts meander like a
restless wind inside a letter box
they tumble blindly as
they make their way across the universe

CHORUS

Sounds of laughter shades of life
are ringing through my open ears
exciting and inviting me
Limitless undying love which
shines around me like a million suns
It calls me on and on across the universe

CHORUS
Jai guru deva
Jai guru deva

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13 agosto 2010

A tua declaração, amiga


Por vezes escolho o reflexo que anseio:
Uma ninfa etérea representada por um qualquer pintor – uma musa
Porque me escondo quando sei que não sou;
porque persigo esse desejo.
E não é uma meta, um objectivo que seja orgulho.
Porque por vezes dói e não quero falar;
se contar sei que é escuro e escorregadio e vou cair.
Porque, as vezes, quero simplesmente não ser, apenas estar no entretanto.
Porque bates incessantemente à porta para eu te deixar ser
Porque te preocupas quando te provoco a ignorares
Porque me fazes abrir os olhos
Porque por vezes sou a desilusão enquanto tu me queres fazer ver os sonhos
Porque gostas do sóbrio mas me mostras sempre a alegria!
Porque não me excluis quando involuntariamente te faço sentir á parte
Porque te identificas comigo e, desse modo, me mostras que sou nobre
Porque apenas uma vez tive a necessidade extrema de fazer uma declaração de amizade
Porque dois teus poemas são pouco
Porque sei que daqui a muitos anos continuaremos a ser grandes amigas!
Porque há acontecimentos que nunca se esquecem, há sombra e luz, estações e meias estações…
Porque neste entretanto cresci tanto e contigo
Porque te conto tudo
Porque percebes mais do que te conto ou do que as palavras diriam
Porque já me viste chorar e rir desbragadamente
Porque és minha irmã
Porque não partilhamos o mesmo ADN mas os sonhos
Porque os sonhos podem mudar mas a partilha nunca
Porque sempre soube que merecias o melhora da vida
E era suposto isto acabar
E por isto digo a tua declaração de amizade
Porque és amiga para sempre e isto é piroso de se dizer
E porque não há melhor forma de te dizer:
Parabéns! pelo estágio e por seres tu, a minha confidente e melhor amiga!


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02 agosto 2010

imperfeição i nércia

Dou por mim a vaguear pelos corredores destes falsos estreitos pensamentos. A imaginação atravessa-me cravando desejos dolorosos de um outrora. Mas eu estou diferente. Perdi pedaços.

Quero me encontrar mas não sei como fazê-lo. Com quem? Nem porquê…
Onde estou? Para onde me levam?

Já deixei de fazer a contagem das transgressões ao suposto eu. Moldo-me dia a dia. Hoje não sou nada, amanhã serei tudo.

Em que canto te escondes ó cavaleiro sem armadura? Houve alguém que te feriu enquanto eu te procurava no espelho. Julguei ver o teu reflexo uma vez. Agora conheço apenas a ilusão do País das Maravilhas. Este é o erro mais comum. A insegurança impregna as nossas atitudes. Deixámos aos estranhos “eu” (o romanticamente fatalista “nós”) o papel de salvadores.

Eu não quero ser resgatada por ninguém. Se não sou capaz de agir prefiro engolir-me no meu próprio fracasso.

O homem, ai o “home” é um ser insatisfeito. Hoje está tudo mal, amanhã tudo bem. Inconstante! Arrasta o seu corpo pela montanha russa das emoções. E como elas são ilusionistas! Não se medem no agora apenas no depois, no rescaldo do “foi”. Repito, o homem é uma alma volátil capaz de trair o seus mais queridos ideais porque afirma ter encontrado a solução perfeita.

Oh, meu querido solucionador: a perfeição não existe! Quantos morreram enquanto a procuravam? Somos imperfeitos, diferentes, voláteis, insatisfeitos, irmãos e inimigos. Não são inúmeras razões para provar que a imperfeição é um oásis?! Não há acordo no que é perfeito! Cada um defende a sua noção de perfeição! O que é ideal agora amanhã já não sei porque as variáveis mudam, certo? A bendita relatividade. Posso defender que encontrei a perfeição mesmo que tu não a reconheças como tal? Claro, apenas é a semi-perfeição, a falsa perfeição, e não é a perfeição. Ela é tudo.

Eu sou um pouco cansado do entretanto, do deixa-ver-o-que-vai-dar. Quero tudo ou nada. A vida ou a morte. O grito ou o silêncio.

Rasgar a gulosa inércia que me consome.
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03 julho 2010

O que é

Ao rever tudo o que escrevi penso que é tudo tão nada. Um carrossel de sensações que acabrunham sentimentos. Dissimulação. O Entretanto. Queiram-me desculpar por no presente desconhecer a verdadeira razão. Sou uma criança na ligeireza do tempo. Assoberbam-me os sentidos de emoções que jamais sabia existir. Ainda sou a miúda que usa uma flor no cabelo ondulado. Expresso-me bem através do meu corpo, daquilo que crio. Absorvo a inspiração do quotidiano, dos objectos, dos elementos, dos 6 sentidos, mas acima de tudo dos humanos. As energias que cada ser me transmite é vital. Sempre disse que sou muito psicológica. Afirmo temerariamente que a dor física é controlável pela mente. Há quem concorde. Com essa dor posso eu bem. O meu pior defeito é amar. Não a paixão pois confesso ainda não ser mulher de tal. Amar os humanos de uma forma inocente é a minha fraqueza. Desiludam-se se me apresento de forma “naif”. Eu sou-o! Mas a minha pureza não é intocável. Acredito no equilíbrio: uma forma positivista do “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti” poderia resultar no se dás um sorriso recebes outro. E há o Karma! Mas por vezes negligencio a troca e dou. Isto é amor, há quem diga! Então o amor não é um duo, não se refere a duas almas. Sendo o amor uma construção, no seu processo há diferentes forma de expressá-lo. O que torna errado a prova de amor de um assassino passional? A sociedade confunde-me quando procuro entender o homem. A mente humana assusta-me pois no seu estado puro recua aos instintos primatas. Há o amor e há o egoísmo. Sou egoísta mas, irrelevando qualquer moralismo que não possuo, não tanto. Por vezes preciso fugir deste espectáculo. Recuso a monotonia contudo abomino os passatempos de cruéis bons actores. Talvez a culpa seja minha por não ver para além da minha imaginação. Para mim todos são boas pessoas e aquilo são apenas pequenos defeitos. Depois chega a realidade e esbarra-te com as evidências. Ou elas perseguem-te numa madrugada, tentam dominar-te e queres ser livre que apenas gritas, um só grito de liberdade. Mas está lá. Nunca digas nunca. Por vezes, quero a solidão que tanto me angustia. Penso nela encontrar o meu porto de abrigo. Tento chegar até ti. Procuro um feedback quando quase desisto de acreditar que estás sempre comigo, connosco. Silencio todo e qualquer ruído normativo enquanto me tento desenhar. Os retratos nunca foram o meu forte. Cada dia me esforço por fazer um melhor traçado da realidade. Nunca estou só. Valorizo aquilo que de melhor existe na vida. Ter amigos é amar. Assim vou construindo o que é.

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