O tempo passa. Mesmo quando tal parece impossível. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói com o palpitar do sangue sobre a ferida. Passa de forma irregular, em estranhos avanços e pausas que se arrastam. Mas lá passar, passa. Até para mim.
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Não me era permitido pensar nele. Este era um aspecto em relação à qual tentava ser bastante rigorosa. Evidentemente que cometia deslizes; era humana. Contudo, estava a melhorar e, nesse sentido, a dor era algo que conseguia evitar há já vários dias. Em contrapartida, deparava-me com um amontoamento interminável. Entre a dor e o nada, eu optara pelo nada. (…)
A única coisa que me fazia sofrer era a voz dele estar a desaparecer.
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Por mais que me esforçasse para não pensar nele, também não o tentava esquecer.
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No entanto, descobri que sobreviria. Se estava acordada, sentia dor – um penoso sentimento de perda que irradiava do meu peito, gerando terríveis ondas que me percorriam os membros e a cabeça -, mas era tolerável. Conseguia suportá-la. Não sentia que a dor enfraquecera com o passar do tempo, mas que me tinha tornado o suficientemente forte para conseguir aguentá-la.
Lua Nova de Setephenie Meyer
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