11 abril 2007

Declarações de bolso


Sem razão concreta pensei por alguns instantes na razão desonhecida para os que se assumem apaixonados só dizerem "babozeiras". Não encontrei solução para o caso.
Há dias uma pessoa que não posso precisar quem questionou outra semelhante sobre o motivo de estar apaixonada por X elemento do sexo masculino ( o X pode ser entendido como variável mas não no sentido matemático da coisa). A resposta foi a seguinte: " Não sei...foi aquela carinha de menino mimado...e também maroto."
DESCULPA?!
Não percebo porque raio estes seres que dizem ter sido atingidos pela seta do amor não sabem explicar quais os factos de terem levado uma "picadela"! Além de que "menino mimado" tem conotação depreciativa e por isso não me parece razão para ver corações a saltar do ecrã (como os Morangos com Açúcar muito gostam de exibir). Quanto ao "menino maroto" parece-me justo: maroto faz pensar em atrevido, atrevido faz-me lembrar....e por ai adiante; no final das sucessões provavelmente há um adjectivo interessante ou não!
Pior que esta espécie de declaração é querer, no tão concorrido hi5, atribuir um five de "fofa" ou então "fofinha". Não há paciência!
Para todas as abelhas à procura de mel ou flor (já não me recordo da pirosada) se não têm veia artística, filosófica ou mesmo tilim podem optar por "pedir emprestado" versos, estrofes ou mesmo a totalidade de poemas aos seus autores. Como outra opção surgem os trechos de músicas.
Mas, por favor, não façam pirataria. Olhem que o André e os companheiros dos Morangos com Açúcar, num tom discreto de publicidade barata e berrante, são contra. No entanto podem seguir o exemplo do outro, o qual não sei o nome, que está a fazer uma pipa de massa com a venda dos CDs piratas (pelo menos enquanto os bons da fita não derrotarem os maus,ou seja, ele, numa cena enebriante).
Assim das vicissitudes da vida passámos para a tragédia dos Morangos com Açúcar. Que por sê-lo transforma a vida dos ignóbeis que copiam as suas personagens numa tragédia.
Agora surge a questão:


"Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto

Ao fúlgido e rubro ruído contemporâneo,

Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?"

«Álvaro Campos, Ode Triunfal»
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