08 agosto 2009

As palavras que te direi


"Today we remember to live and to love". Tinha cerca de 8 anos quando vi algo que nunca quis. Era demasiado criança para entender o que se passava. O barulho era doloroso. As vozes obedeciam a uma hierarquia. Ele mandava, a outra justificava-se. Lembro-me de sentir esse mundo na pele. Não era justo. Muito menos aceitável que ela também sofresse. Chorei. Adoeci. Aquela realidade não devia ser minha, nossa, de ninguém.

Por vezes perguntam-me como consegui ser assim. Assim como? Ultrapassar o trauma? Não sei o que entender destas questões. Sorrir é sempre a melhor opção. O remédio certamente é o amor. Ela estava lá. Continua cá. A minha força. Ele também. Eles não. Eles não sei quem são. Estranhos. A morte era tentadora. Queria tentar. Desistir. Acabar com o sofrimento. Hoje estou aqui.

Às vezes, dou por mim a desejar o término. Facilitaria a vida se ela não houvesse. Imagino que padeço de uma doença incurável. Em que é que tudo isto contribui para que os outros me vejam? Lamento, a minha imaginação dá-me inúmeras respostas. Nenhuma praticável. A ilusão é sempre tão perfeita, tão nossa e fugitiva. Se atender a uma análise psicológica diriam que necessito de atenção. Então, mimem-me. Conclusões como esta só me fazem rir da parvoíce que me impregna.

Esqueçam as esmolas. Aturei por muito tempo a piedade falseada do quotidiano. Cresci. Sofri? Claro, mas ergui-me e aqui estou. Podem ter sobrado marcas mas então que sejam elas as tatuagens que não tenho. O medo esta sempre por perto. Assola-me cada vez que tenho de decidir o presente. Não quero a realidade que eles criaram.

Lembro-me de um elogio que a professora Josefina me fez aquando estudava Artes, no secundário. Dizia ela que eu nunca cometia o mesmo erro. Julgo que apenas se aplica ao meu português. Mesmo nesse tenho dúvidas. Vejo que continuo a ser a mesma tonta. A necessidade de agradar alastrou-se. O “eu” foge assolapado. Prevalece o “te”. Será justo? Equilíbrio falta-lhe seguramente. Este prato da balança pesa demais. Aos poucos a força é sugada. Preciso de desistir. Há muita tentação.

Cansaço. Tudo se resume à fadiga de uma batalha para a qual me deixei arrastar. Sou agora mais experiente. O compasso estava desregulado. A solução definitivamente não era Actimel. Era a calma do tempo que voa. Aprendi que ele tudo cura.

Dizem que a vida não perdoa. Não o perdoo nem procuro absolvição. Apenas uma nova esperança que me faça sorrir.

Não quis exagerar no uso da palavra. Não quis a leviandade. Pouco a pouco haveria de ser construído. Havia empenho. Meu. Despi-me de dúvidas. Deixaste-me cair. Agora visto a armadura. Tornaste-te estranho.
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06 agosto 2009

Pra ser sincero



Eu era tão feliz
E não sabia, amor
Fiz tudo que eu quis
Confesso a minha dor...

E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal...

E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...

E o que passou, calou
E o que virá, que dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...

O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...

As coisas são assim
E se será, que será
Pra ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...

Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...

uhmm...

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