31 janeiro 2008

Face que me sufoca


Faz frio lá fora e o tempo passa. Deixo-me estar aqui. Agora já não há nada só lembranças e aquele remoer triste, insistente. Grande coisa. Sou eu. E eu sou desenhada dessa forma: melancólica, pensativa e apaixonada. Apaixonada pelo que me faz sorrir, pensar, tremer de ansiedade e amar Não te figuro a ti porque não te vejo logo, não posso amar-te. Cerro os olhos num ritual quotidiano que dispensa tal acto.
Dá-me prazer saber que de uma forma ridícula, esta, faço parte de um mundo que é teu. Talvez não seja a inocência o que perdi mas conquistei uma mente em fase adulta. Uma mente que complica e vê segundos significados em tudo, mas que é criança na forma como insiste numa tema que não tem lógica para existir. Não me refiro a fadas. Contos, aos contos de fadas é que me dedico. O encanto é a alegria do brilho momentâneo porque acordo e sou de carne e osso.
Não quero ter receio de avançar, medo de falhar, certeza de corar e raiva de mim quando algo não corre como deveria. Mais que tudo preciso ver-te, ter-te tão próximo a ponto que uma pergunta minha receba a tua resposta. Porque agora projecto um conto: sorrio para de seguida chorar. Eu duvido de ti de mim. Tudo o que suponho ser um jardim poderá não ser mais que um banco de pedra onde hoje me sento.
Tudo se resume a pensar, supor e a noite chega e vai. Eu acordo para o mundo mas ele não me dá o nervoso de querer ter-te junto a mim. Traz-me somente o desejo forte de não te magoar. Não aceito falsas esperanças. Por que tu nunca és o que quero e amo, és só o que eu respeito e gosto e nunca me terias como o que amas e respeitas.
Porque chove lá fora e cá dentro faz frio. Gela e não sei do teu calor. Não sei de ti. Vivo só com uma parte de mim: a face que me sufoca.
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