01 janeiro 2011

Due mile e 10 mais 1


Decidi quase a contra gosto fazer a dita avaliação do ano transacto. Torço ainda os dedos para que o resultado seja filosófico apesar da minha assumida falta de inspiração. Então, por quê? Sim, por quê obrigar-me a realizar tal análise? Preciso rever, repensar, reassumir o rumo destes meus anos.

Parece ser difícil começar, por tal escolho uma banda que descobri por acaso em 2010. The Saturdays. Não há aparente standard para a opção. Apetece-me. O ano de 2010 obedeceu um pouco a esta lógica do agora não me apetece, faço depois. O resultado? Prazos apertados mas trabalho com qualidade. Falo do fim do meu estágio que aconteceu em Janeiro. Uma etapa concluída com algumas dores de cabeça. É sempre difícil enfrentar um pseudo-mercado de trabalho. Nada é como nos ensinam; tem de se ter a pro-actividade, criatividade e a força para contornar obstáculos. Deixa-se de lado o vácuo da universidade e se nos apresenta o mundo e as variáveis indeterminadas. A tese! Sim, essa também foi sendo feita ao sabor do vento. Não se cansaram de me apresentar razões para cumprir o calendário folgado. Que dizer? Prefiro o rés-vés. O resultado é fruto de um contorno destemido dos obstáculos do estágio, a par com um bom trabalho de investigação teórica e boa capacidade de escrita. Não fiz eu esta avaliação mas sim o arguente da minha defesa de tese. Sou mestre! Aí está uma etapa, para 2010, concluída a 20 de Dezembro. Os nervos lá rondaram todo este processo. A insegurança pareceu persistir até à última gota de suor derramado por este mestrado em Ciências da Comunicação.

Estudos, check! Não fosse eu escrever um texto sem referir signos, aqui me aventuro eu. Como Balança o sociável não pode ser secundarizado. Sim, foram vocês, meus doces amigos, um dos agentes mais influentes neste ano. Que questionem a minha suposta impermeabilidade, à vontade. Apetece-me responder-vos “fu** u”. Ao menos eu não tenho medo de perder a suposta independência ao admitir que não sou como os burros, mudo de ideias, e por que não ouvir as opções que os teus amigos te propõem?! Não tenho nada a admitir. Sou assim. Cada ano que passa conheço-me um bocadinho mais. Perco, a cada passo, a timidez de assumir o que penso. Continuo a ser a rapariga aérea que sonha acordada com um pé assente na terra e diz praticamente tudo o que vê e pensa. A conversa pode afigurar-se num diário de “babozeiras” atiradas para o ar. Quem não se divertiu a ouvir as minhas teorias absurdas? Frágil? Sim, sou frágil. Choro várias vezes ao ano quando não vejo solução para as questões. Rasgo muita ingenuidade e mascaro despreocupação mas não esqueço. Aprendo a nunca mais ser, não mais vezes, a ignorar e seguir em frente. Não esqueço até que tropeço no mesmo mas já não caio. Como poderia eu estatelar-me no chão com cabalona como a minha?! Impossível não sorrir ao saber que, involuntariamente, as pessoas sentem necessidade de me proteger. Não, não quero! Quero ser forte! Preciso? Sem a minha cabalona não sei ser! Merci! Sei que sem a tua cabalita quem terias para abrir as asas da protecção? Quem terias para chamar a atenção quando pões música e eu estou refastelada no sofá! Fazes-me sentir a maninha mai nova.

Lolita? Talvez para alguns! Esbarro-me muitas vezes no espelho ao não ver a beleza que alguns me atribuem. Agora estou bem sendo apenas eu. A beleza da porta ao lado, que todas têm e devia ser perfeita para cada uma de nós. Há dias em que nada parece dar certo e nessas horas obrigo-me a libertar toda a tensão e olhar para dentro de mim numa busca sôfrega pela força. Ela surge a custo. No dia seguinte estou a erguer-me! Sozinha não! Com fé no que não vejo e no que sei que está.

E 2010? Há algo que me arrependo? Creio que não. Todas as opções que tomei estão a ajudar a construir o que sou. Se preferia não te ter magoado? Claro. Nem eu sabia o que queria mas a dois não ia descobrir. Tomei, tomámos a decisão certa. Cada um segue a estrada correcta, pelo menos agora parece. Quanto à dor que me confundiu, é um nada. Tudo o vento levou. Sabem aquelas memórias que são activadas ou por um sabor, um cheiro, uma música e ou um mísero som? Não esqueci essas lembranças antes dolorosas. Quem pode culpar alguém por se sentir ignorada, descartável e até certo ponto traída? Toda a história tem pelo menos dois pontos de vista. Este é o meu. Perdi o receio de assumir o que foi e o que é - resíduo de uma outra existência. Gato escaldado…qualquer coisa. Pois sim, romântica incurável, talvez seja esta a minha patologia fatal. Lá vou eu desarmada e pronta a cair. Quase. Tropecei uma vez. Nunca mais. Até a vez seguinte.

Sequência. Depois de 2010 vem o 2011. A transição não podia ser a melhor! Amigos, champanhe e muita alegria. A capicua trouxe muita música, dança e mais amigos! Por estranho que pareça não há registo fotográfico. Perdoem a mente que procura desvendar mistério e atribuir significados a tudo que é. Talvez signifique que chegou a hora de deixarmos de viver agarrados às lembranças e de pegarmos no volante da vida: é nossa e é para vivê-la ao máximo. Esta é a minha interpretação. Cada um vê aquilo que quer ver. Eu quero um novo rumo, uma etapa desafiante e risonha, quero ser e estar!

2011 já aqui está! Vamos abanar os standards, fazer mais e melhor, sorrir e fazer rir, ultrapassar as dificuldades e seguir em frente, amar e ser respeitados, apaixonar e ser felizes!
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